Nesta semana, a National Flag Football League (NFFL) do Reino Unido anunciou mudanças importantes para a temporada de 2026. Após anos de crescimento acelerado no número de times e atletas, a competição enfrentava dificuldades com desequilíbrio entre as equipes, partidas desiguais e um calendário que não favorecia a evolução técnica dos participantes. Problemas que, curiosamente, também fazem parte da realidade do Flag Football no Brasil.
A partir de 2026, a NFFL adotará um sistema de três divisões, com foco em tornar as partidas mais competitivas. O novo modelo cria duas conferências nacionais reunindo as 12 melhores equipes do país, enquanto as demais formarão uma Premiership e uma nova Divisão 1. Segundo Alan Young, membro do Competition Management Group da NFFL, a reformulação é fruto do diálogo com as equipes e busca garantir um crescimento sustentável para o esporte no Reino Unido.
Cenário brasileiro: dificuldades semelhantes
O Flag Football no Brasil vive um momento de expansão parecido com o britânico. A Copa do Brasil da CBFA, que reúne equipes de todas regiões do país, enfrenta desafios de estrutura semelhantes: grandes disparidades entre as equipes, jogos com placares elásticos e a dificuldade de manter um calendário competitivo e viável financeiramente, especialmente para times dos extremos do País.
Atualmente, o torneio nacional brasileiro não conta com uma divisão clara entre níveis técnicos, o que frequentemente resulta em confrontos entre times muito experientes e outros em estágio inicial de desenvolvimento. Assim como na NFFL antes da reformulação, isso prejudica a evolução dos times e afasta atletas e torcedores.
Oportunidade de repensar o formato nacional
O exemplo do Reino Unido mostra que é possível criar um modelo de competição mais justo e atrativo. A adoção de divisões com critérios técnicos, regionais e uma maior participação dos clubes nas decisões pode ser um caminho para o Brasil.
Se a CBFA seguir essa linha, a Copa do Brasil pode ganhar em qualidade técnica, promover jogos mais equilibrados e, principalmente, incentivar a permanência e o desenvolvimento de novas equipes.
O que esperar do futuro?
O anúncio da nova estrutura da NFFL inspira uma reflexão importante para o Flag Football brasileiro. A organização e o equilíbrio competitivo são fundamentais para garantir o crescimento do esporte, mas isso só acontece com a participação ativa de todos os envolvidos.
É essencial manter um diálogo aberto e constante com as equipes de todas as regiões do país. O envolvimento dos times, atletas e ligas regionais na construção de soluções é o caminho para desenvolver o Flag Football de forma sustentável e inclusiva. A cooperação e o compromisso coletivo são fundamentais para que o esporte avance de forma unificada, respeitando as diferentes realidades locais e garantindo oportunidades para todos.
Se a CBFA e as demais organizações conseguirem estabelecer essa comunicação eficaz e promover uma estrutura mais justa, o Brasil tem tudo para fortalecer ainda mais sua posição no cenário internacional, especialmente com a estreia olímpica da modalidade em 2028.
🔗 Confira a notícia completa (em inglês) sobre a NFFL neste link.
