Agora é oficial: os 32 clubes da NFL aprovaram uma resolução que autoriza jogadores sob contrato com a liga a participarem da competição de flag football dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028. A decisão, divulgada pela própria NFL em maio, marca um passo histórico para a modalidade, mas também acende um debate importante — principalmente nos Estados Unidos, país que lidera a cena internacional do flag e já conta com seleções formadas por atletas da modalidade.
O que foi aprovado?
De acordo com a resolução “MC-1 e G-4”, aprovada pelos proprietários das franquias, os jogadores da NFL poderão tentar vaga nas seleções olímpicas de flag football. A medida inclui pontos como:
- Permissão formal para que jogadores com contrato ativo na NFL participem do processo seletivo;
- Limite de um jogador da NFL por franquia nas seleções olímpicas (mais os atletas internacionais vinculados a clubes);
- Garantias trabalhistas, como seguro contra lesões e créditos no teto salarial em caso de contusão;
- Exigências mínimas de infraestrutura, como padrão médico e qualidade dos campos, para liberar a atuação desses atletas nos Jogos;
- Compatibilidade de calendário entre compromissos olímpicos e obrigações da NFL.
Impacto imediato: e os atletas da atual seleção?
Embora a decisão esteja sendo celebrada por setores que apostam no crescimento global do flag football, ela também gerou apreensão entre os jogadores e jogadoras que hoje representam os Estados Unidos na modalidade. Acostumados a defender a camisa da seleção em Mundiais e torneios da IFAF, esses atletas veem a possibilidade de serem substituídos por nomes da NFL — que até aqui, na maioria dos casos, nunca disputaram uma competição oficial de flag.
O sentimento é ambíguo. Por um lado, há orgulho de ver o flag football ganhando espaço olímpico e chamando atenção do grande público. Por outro, a frustração de quem tem se dedicado à modalidade por anos sem o mesmo reconhecimento.
A decisão da NFL não exclui automaticamente os atletas da seleção atual, mas cria um novo cenário de concorrência — desta vez, com nomes muito mais conhecidos, ainda que menos experientes no flag.
Crescimento e visibilidade
O raciocínio por trás da decisão é estratégico: segundo a NFL, permitir que seus jogadores disputem as Olimpíadas é uma forma de ampliar o alcance internacional da liga, aumentar o interesse pelo flag football e engajar novos públicos e patrocinadores. Os Jogos de Los Angeles, jogados “em casa”, são vistos como uma oportunidade única para isso.
Mas o sucesso da proposta dependerá do equilíbrio entre espetáculo e justiça esportiva. Estrelas da NFL certamente atrairão holofotes — mas os atletas formados dentro do flag football esperam que sua trajetória também seja respeitada.
A definição sobre quem vai, de fato, vestir a camisa dos EUA em 2028 deve ficar com o USA Football, que precisará encontrar um modelo de convocação que contemple os dois lados: o poder midiático da NFL e a legitimidade técnica dos atletas que têm feito o flag crescer nos campos do mundo todo.
