Evento marca nova fase com apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB); próximos desafios incluem o Intercontinental das Américas e o Sul-Americano
Nos dias 15 e 16 de março, a cidade de Leme, no interior de São Paulo, foi palco do primeiro Training Camp das Seleções Brasileiras Feminina e Masculina de Flag Football dentro do novo ciclo olímpico. O encontro não só inaugurou a preparação para os principais desafios de 2025, como também representou um marco para a modalidade, que agora conta com o apoio direto do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Rakel Barros (foto: Yan Barros / CBFA)
A vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) e responsável pelo departamento de seleções, Rakel Barros, avaliou o Training Camp como um passo importante no amadurecimento da estrutura e dos processos da Seleção Brasileira de Flag Football.
“Foi muito bom ver a aplicação do que a gente vem estudando e fazendo, tanto do ponto de vista de gestão como da comissão técnica e do Departamento de Saúde e Performance. Agora, com o reconhecimento e o apoio do COB, conseguimos oferecer uma estrutura mais completa e diminuir a preocupação dos atletas com questões extracampo”, destacou Rakel.
Cobertura Completa: A Nova Estrutura e os Benefícios do Apoio Olímpico
Este foi o primeiro evento das Seleções Brasileiras após o reconhecimento oficial da CBFA pelo Comitê Olímpico do Brasil, o que trouxe mudanças práticas e significativas na organização dos camps e na logística de suporte aos atletas.
Entre as melhorias destacadas por Rakel, estão:
- Hospedagem e alimentação custeadas pelo COB, garantindo conforto e melhores condições de descanso aos atletas.
- Translado interno do aeroporto de Guarulhos até o local de treinamento em Leme.
- Maior investimento em qualidade de alimentação, logística e suporte em campo, sem a necessidade de repasse de custos aos convocados.
“Dessa vez não teve PIX, não teve vaquinha. Tudo já foi pago e resolvido. O céu é o limite quando temos recursos e conseguimos oferecer a melhor estrutura possível. Nosso objetivo é que atletas e comissão técnica se preocupem apenas com o que acontece em campo”, reforçou Rakel.
O Impacto no Trabalho Técnico e na Preparação das Equipes
No campo, a oportunidade de trabalhar com maior conforto refletiu diretamente no desempenho das seleções. Heitor Medeiros, head coach da Seleção Masculina, avaliou que o camp foi o de mais alto nível já realizado em início de temporada.
Heitor Medeiros (foto: Yan Barros / CBFA)
“Evoluímos nossos sistemas ofensivos e defensivos, tornando o jogo mais rápido e eficiente em termos situacionais. Foi consenso geral que esse camp foi o de maior nível até agora, com poucos erros de execução e muita competitividade”, disse Heitor.
A Seleção Feminina também celebrou o avanço técnico. Para a coordenadora defensiva Ingrid Camargo, o fato de contar com um grupo reduzido de atletas (18 presentes) permitiu um trabalho mais detalhado e individualizado, especialmente na defesa.
“Com menos atletas, conseguimos dar atenção aos detalhes técnicos que muitas vezes passam despercebidos em camps maiores. A estrutura ajudou muito, com tudo funcionando no tempo certo. Foi, sem dúvida, um dos melhores camps em termos de organização”, avaliou Ingrid.
Ingrid Camargo (foto: Yan Barros / CBFA)
Depoimentos dos Atletas: Compromisso e Foco no Ciclo Olímpico
Para os atletas, o novo ciclo e as mudanças na estrutura representam um salto importante. Nicolas Quadro, da Seleção Masculina, ressaltou a evolução da modalidade e a responsabilidade do grupo nesse momento de transição.
Nicolas Quadro (foto: Yan Barros / CBFA)
“Temos uma responsabilidade grande, mas nossa missão é levar isso com tranquilidade para desempenhar bem em campo. O que mais me empolga é ver o crescimento do esporte e imaginar camps e competições em complexos olímpicos, com ainda mais estrutura e visibilidade”, comentou o veterano, que está em sua sétima temporada com a Seleção.
Já Lidiane Lira (Lica), da Seleção Feminina, destacou a relevância histórica desse momento para o Flag Football brasileiro.
Lica, Lidiane Lira (foto: Yan Barros / CBFA)
“Respiro Flag desde 2014 e participar desse camp, com foco nas Olimpíadas, é um reconhecimento do quanto o esporte tem crescido. Agora, com suporte financeiro para representar a Seleção, o sonho está mais próximo. Sempre investimos muito do nosso próprio bolso e ver essa mudança acontecendo é muito motivador”, disse a atleta.
O Desafio das Seleções em 2024: Intercontinental e Sul-Americano
Os próximos compromissos das Seleções Brasileiras já têm data e objetivos definidos. Segundo Rakel Barros, a CBFA está totalmente focada em garantir um bom desempenho no Torneio Intercontinental das Américas, que será realizado em setembro.
“Nosso desafio é ficar no top 5 do Intercontinental para garantir a vaga no Mundial do ano que vem. Também estamos em processo para tentar sediar novamente o Sul-Americano, previsto para dezembro. A meta é subir ao pódio e garantir bolsas atletas para que os jogadores possam receber apoio financeiro a partir de 2026”, explicou.
Além dos compromissos das seleções adultas, a CBFA também planeja consolidar as seleções de base (sub-15 e sub-17) ainda em 2025, com foco no desenvolvimento de novos talentos.
Próximos Passos: Treinamento e Evolução Contínua
Ana Luiza Cazarin (foto: Yan Barros / CBFA)
O próximo Training Camp das Seleções Brasileiras já está marcado para os dias 1º a 4 de maio. A expectativa é de um encontro ainda mais intenso, com a presença de representantes do COB, que devem acompanhar de perto os trabalhos das equipes.
Para a comissão técnica, a prioridade é manter o ritmo de evolução com reuniões semanais e feedbacks individuais para os atletas. A meta é instalar novos sistemas de jogo em maio e realizar a reta final de preparação em julho, antes das competições oficiais.
“Apresentamos as exigências técnicas e táticas do flag internacional onde teremos que evoluir até setembro”, ressaltou Heitor Medeiros. “Nossa maior mensagem foi mostrar quem a Seleção Brasileira deve ser dentro e fora de campo e qual o comportamento e cultura queremos ter.”
Ingrid Camargo finalizou: “Queremos brigar pelo topo e, para isso, as atletas precisam trabalhar não só nos camps, mas principalmente entre eles. O processo vai ser difícil e exigente, mas a recompensa será grande!”
Sobre o Flag Football no Ciclo Olímpico
O Flag Football é uma das apostas para os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028, quando fará sua estreia no programa olímpico. Com a integração ao sistema do COB, a modalidade no Brasil dá um passo importante na profissionalização e no reconhecimento de seus atletas.
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